segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O-CULTO

Existem diversas religiões. Cada pessoa acha que a sua é a certa e única. Se todas estão corretas, não nos aborreça com a sua verdade já que a nossa também está valendo. Acalmai vossa inquietação porque a vossa crença é a expressão da verdade absoluta, já que a nossa, para vós, é um tremendo equívoco. Portanto, irmão, dependeis de nós.
QUESTÃO
Seria o culto religioso ópio, álcool, perversão sexual, euforia doentia, o nada travestido de azul, a burrice assumida, vedação anti-possibilidades diversas, ditadura moral, mestres em bacanal? Leitor, ajude-nos a entender. (Autores: Fernanda e Lara)

24 comentários:

Ubiratã Souza disse...

Religião é a fuga das verdades...
Uma idiossincrasia do ser humano, intrinseca à sua natureza...
O Universo é muito complexo para que o ser o interprete sem metafísica... É necessário dizer que o trovão é a voz de um deus antes de descobrir que é uma decarga elétrica...Assim se formam religiões, que estão tão longe de Verdades (todavia a Verdade possa vir calhar com religão, filosofia, ideologia, modo de vida, chamem-na como quiser).

Unknown disse...

Para Nietzsche a verdade é um ponto de vista.
Seguindo esse raciocínio, ao "fugir de uma verdade", cria-se outra.
Não há verdade universal, porque não há consenso universal.
Quem é Deus (ou quem são os Deuses)?
Se um átomo for "cruzado" com oito pontos convergentes, determina-se sua localização num espaço tridimencional, "conhecido". Não podemos vê-lo, mas, temos 8 pontos de vista (verdades) que o "enxergam".
O que acontece com milhares, milhões de pessoas acreditando na mesma coisa? Cria-se uma verdade?
...
10% "funcionais" nos cérebros..."racional"..
9 x mais chances de se "pescar" alguma coisa, se a isca for bem feita não !?
Religiões "pescam" o desconhecido.
Com verdades? Mentiras? Quem saberá dizer?
...
O pensamento é plástico.

Ubiratã Souza disse...

E ao dizermos que não há verdade universal criamos apenas mais uma verdade: a de que não há verdade universal...E que encaramos como verdade universal...Paradoxal demais...
Se há uma Verdade, não haveria problema nenhum se esta ocorresse arbitrariamente à vontade de meros seres???

jacataca.com disse...

as religiões destróem musas e parafusos; visibilidades e profundezas; amores e rancores; fomes e abstinências; desejos e abandonos; tesão e inspiração. Portanto,~a rigos NÃO SERVEM PRA NADA.

Fer disse...

A ÚLTIMA FRASE ACIMA É:

PORTANTO A RIGOR NÃO SERVEM PRA NADA.

Unknown disse...

O universo não se estrutura por seres... Muito embora a própria conotação de "ser" altere o esqueleto entre as dimensões.... Completamente paradoxal, mas quem disse que há de se compreender tudo?
Racionalizar é - invariavelmente - limitar.
Segundo Fernando Pessoa "Deus não quis que o conhecessemos, por isso não se mostrou"...
Os grandes ensinamentos de Jesus estão em suas ações, não em seus textos (a gramática limita)...Assim como buda por exemplo.
Se mundo o movido fosse movido por exemplos, ações - não por palavras - estaríamos anos-luz a frente, ou ja não restaria humanidade.
Aí é que entra novamente o "ser".
"Ser" implica em interagir - diferente de "estar" / ser um mero telespectador - apesar de participar deste ou daquele meio...
E aí voltamos às religiões, que atualmente "estão".
Basta analizar quanto dos "cultos" é baseado em ações.
Todo interprete distorce o texto à sua maneira. Todo.
E aí...
Voltamos "às verdades"...
Não há verdade universal, e esta é a minha verdade criada (concordo).
Portanto, verdades são individuais?
E as culturas de massa?
Como se cria (e mantém) uma sociedade?

Ubiratã Souza disse...

Verdades são individuais...
Mas aqui não falamos da possibilidade de religiões tangenciarem uma suposta Verdade Universal?????(Uma vez que as próprias alegam isso?)
Essa Verdade, suposta como nas religiões, não seria arbitrária a tudo, uma vez que dela proveria o tudo e o nada??????

Ubiratã Souza disse...

As verdades são individuais, mas essa a que nos referimos seria supra-individuo... Na suposição dela existir...

Ubiratã Souza disse...

Segundo filósofos da linguagem, não existe pensamento sem linguagem e ela é quem cria, hierarquiza, selecina e produz o mundo a nossa volta...Claro...
(Não se espanta a maior parte deste filósofos serem judeus, o judaísmo já previa essa conclusão: "E disse D'us, faça-se...).
Concordo, a gramática limita, limta o pensamento sem linguagem...Mas a Verdade não poderia ser um pensamento com linguagem????? Uma parte da Verdade que pudesse ser acessada pela linguagem?????

Ubiratã Souza disse...

Jesus não deixou textos, o que temos são transcrições do que ele disse ou fez...Distorcidos segundo cada interprete, mas, por serem vários, seria fácil encontrar um denominador comum...
A Pragmática diz que agimos nos atos de fala....
Jesus conferiu muito poder aos atos de fala, e seus discursos, suas orações, suas reprimendas, têm tanto valor quanto tudo o que foi feito por ele, porque na verdade fora tudo um só ato. E sua principal função em meio à humanidade nem está em ensinamentos, segundo o Cristianismo.

Unknown disse...

Supondo que as religiões tratem desta verdade universal (supostamente existente, e supostamente permeando cada entrelinha de "textos sagrados".
Diversas religiões;
Diversas correntes;
Ops!
Diversas verdades...
...
Religião - leia-se "um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino e sagrado, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças".
...
Formada por pessoas. Gente. Presidentes de Multinacionais e vendedores de chikabon; Ladrões e Presidentes de Senado (desculpe a redundância).
O "supra-individuo" nasce no indivíduo. Na urgência de um aluguel pago, de um amor desfeito ou no tiro certo da megasena.
A sociedade tem o "supremo", o "divino", "A" verdade como uma extensão da vida (inclusive na morte). Uns chamam de Fé; Outros de Sorte, Deus, Dinheiro.. A lista de "outros" é interminavel.
E, se a lista a interminável, "as verdades" também são.
O "supra" depende do "indivíduo".
Assim como o "bem" depende do "mal".
Ying & yang
vice
e
versa

Ubiratã Souza disse...

Sorry me todos...
Estou acostumado com outro ideal de divino...Estou aocstumado com um que diz "buscai primeiro o Reino dos Céus..." e que prega um desapego as necessidades materiais. para que não ocorresse isso, de o "Supra-indivíduo" somente nascer quando da extensaõ da vida...Este ideal a que me refiro, prega o caminho contrário: a vida como extensão do "supra-indivíduo"...
Concordo que muitas religiões, e tudo o que se pode chamar de religião existe pela necessidade do sobrenatural do cotidiano....

Ubiratã Souza disse...

Não considero religiões as confissões que percorrem o caminho contrário...

jacataca.com disse...

Eu diria: o culto quis centrar a mente para que ela pudesse se re-ligare (ligar), com aquilo que se designa de divino, uno, infundado, etc; igualmente, o símbolo lingüístico fez- se notável, para que pudéssemos realizar a associação entre significados e seus respectivos significantes, limitando-nos em nossos próprios limites associativos.
O homem, no então, quis que o culto mudasse de curso e se transformasse numa rede para pescar seguidores, aqueles, de preferência, que têm, no dogmatismo, toda e única verdade. Como disse Dostoyévisky, "O ser humano tem medo de ser livre, porque não sabe o que fazer com a liberdade." (foram essas mais ou menos suas palavras). Sendo assim, nada melhor do que o dogma, de preferência, bem infundado e direcionado, para que não se precise usar o raciocínio para segui-lo. E, sabiamente diz o livro Profecia Celestina, que o homem que não sabe beber das energias fornecidas pela natureza, precisa se recarregar sugando a energia das outras pessoas. Como ele faz isso? Torna-se autoritário, egocêntrico, egoísta, metido e imperativo, se destacando na multidão e ganhando os seus olhares, atenções e sentimentos. Nada como um desses para liderar um culto, em que se instigue o preconceito contra os outros pontos de vista e feche a porta a seus seguidores para novas possíveis fronteiras! Fora de seu "templo", nada mais é real e válido! O mundo que se estoure, porque estão salvos, já que são os eleitos... Pensamento samaritano, não?
O culto que teme o contato com outras idéias é frágil, porque teme quebrar à presença do outro. É mais fácil cegar e se fechar numa caixa escura, onde o ar nunca circule.

Ubiratã Souza disse...

Triste comentário....
Me valho dele para argumentar o contrário, não consigo concordar com tudo, todavia ele retrate uma situação...
Mas não se pode negar o princípio do culto, o "religare", as tentativas de alcance ao pré-concebido desconhecido...
E nem todos os proselitismos seriam redes...Em Atos dos Apóstolos vemos tentativas de proselitismos acabarem em mortes horrendas...

Ubiratã Souza disse...

E as religiões que não buscam proselitismos?????

Academia de Ballet, Centro Intercultural Napyév disse...

Sim, há proselitismos e proselitismos... Pergunto: até onde o proselitismo pode avançar, sem limitar a mente e sem varar os limites do livre arbítrio das pessoas? O culto é uma receita, uma fórmula ativa, ou seja, uma limitação para se conseguir alcançar o infinito, através do religare. É o símbolo pelo qual podemos entrar num padrão de consciência e emoção que permite que se obtenha o estado de religare. Até aí, tudo bem!
Mas, onde o homem põe, ou melhor, impõe seus dogmas, porque são seus e não do infinito, aí há deformação; aí há interesses coletivos e pessoais; aí há necessidade do proselitismo violento e desrespeitoso; aí há necessidade de castração do indivíduo...

Unknown disse...

Mas a essência das religiões não deveria ser exatamente "não buscar proselitismos?"
Se - invariavelmente - qualquer corrente religiosa depende exclusivamente de "vontade pessoal" ????
"Converter" é completamente diferente de "convencer".
Qualquer conversão depende unicamente da pré-disposição individual.
A "salvação" é pessoal.. A "Iluminação" é pessoal...
Pastores, padres, mestres podem indicar o caminho, mas nunca, nunca dizer este é o certo e aquele é o errado.
Aliás, quem esta certo? quem esta errado ?? o Padre ("eleito por Deus") que tem argumentos recôndidos em garotos ?? o Pastor ("Eleito por Deus") que foge para uma "missão" com uma garota de 14 anos ?
Aí me dizem.... "ahhhh.. mas o homem é falho... não se pode basear-se em homens"...
Que mão escreveu os textos sagrados ? alguma entidade extra-corpórea com energia suficiente para segurar uma pena, um balaio de nanquim e um mata-borrão.
Tudo é teoria. Tudo.
Inclusive a prática pregada.
E dizem: "Fuja do mundo... o mundo é do "inimigo"...
E onde vivemos ????????????????
Ser reto é fechar os olhos ??
A ignorância (enquanto ingnorar) é mesmo uma benção??
Não existe bem sem o mal. O que seria "o bem" sem a sua medida inversamente proporcinal?
Tudo é teoria.
Toda religião proselitista é falsa. (E pra usar um embasamento "bíblico": quem criou o livre-arbítrio???)

Unknown disse...

Concordo com a "Academia de Ballet"!..rss..

Ejeferson disse...

Minha intençao aqui não é a de retaliar pontos de vistas ou de introduzir verdades, mas sim a de multiplicar idéias que poderão ou não sevir para alguma coisa.
Em primeiro lugar Religião e Religiosidade são coisas distintas. Enquanto a segunda é pertinente ao individuo a primeira por natureza pertence a uma coletividade, e partindo disso sua função social é enorme, e durante muito tempo contribuiu em muitos aspectos para a sobrevivência de muitos grupos embora muitos pontos já sejam anacronimos antigos e há muito dispensáveis.

Academia de Ballet, Centro Intercultural Napyév disse...

Olá, Infundado! Concordo plenamente com o que você disse sobre religiosidade e religião, mas devo completar que, da mesma forma que a segunda trouxe benefícios para determinados grupos sociais e manteve-lhes a sobrevivência, para outros, ela trouxe o desrespeito, a dominação, prejuízos e extermínio. Quanto sangue derramado em nome da religião!
Claro, o problema não está na religião em si, mas, novamente no proselitismo engajado, interesseiro e estulto. A religião, penso, principalmente quando proselitista, nega e tenta sufocar a religiosidade. Esta é a luz; a religião, uma pequena parcela de luz ou a sombra. Toda luz tem a sua sombra, não é? Osíris quem o diga! O ser humano, por natureza, possui religiosidade. A religião, pelo contrário, é um composto dogmático, não nascido da essência humana, como a religiosidade, mas da mente humana. A religiosidade é pura, clara, ilimitada; a religião, limitada à capacidade mental humana, aos seus interesses e defeitos. A religiosidade é invariável, atemporal, perfeita; a religião, por ser limitada a culturas e interesses, é variável, temporária e equivocada. A religiosidade eternamente existirá; uma religião pode desaparecer. Ser e Estar! Luz e Sombra! Eternidade e Passageiro! Onde há verdade?

Vocês concordam com isso?

Ejeferson disse...

Muito sangue foi derramado por causa de religiões, alem de um punhado de terras e almas sobre as quais alguns poderiam exercer poderes. Nenhumas dessas atrocidades são exclusivas de seguidores religiosos.
A ilíada só aconteceu graças ao rapto de uma mulher e nem por isso eu deixei de gostar menos delas e tão pouco sou adepto de religião alguma. Só tenho a intenção aqui de mostrar que a Religião seja ela qual for teve papel importantíssimo no decorrer da história. Alem de ser uma das primeiras formas e, quem sabe, a maneira mais adequada nos primórdios, de homem explicar as coisas que desconhecia.
Alem do mais foram em grande parte os sacerdotes dos templos que escreviam na rocha e mantiveram as bibliotecas durante toda a antiguidade e idade media.
O rio sempre muda, mas será que quem entrou nele fez à mesma coisa?

Fer disse...

"Não tenho senão a idéia que faço de mim mesmo para me suster nos oceanos do nada"

Henri de Montherlant

Ejeferson disse...

Assim como de proselitismo, ou melhor, cocoricó, bem ao estilo Agrolandia e como anões lesados vivendo em cima de gigantes como papagaios sem consciência repetindo os que os mesmos dizem, terminarei minha participação com a palavra de um deles como placa de atenção para eu seguir meu caminho.

“Ser livre não é apenas tirar as correntes, é viver de uma forma que respeite e reforce a liberdade dos outros.”
Nelson mandela.