terça-feira, 18 de setembro de 2007


"From the Hebrews we receive, incidentally, it is true, considerable information about the powers of the Egyptian magician. Saint Stephen boasts that the great legislator Moses "was learned in all the wisdom "of the Egyptians , " and declares that he "was mighty" in words and in deeds, " and there are numerous features in the life of this remarkable man which shew that he was acquainted with many of the practices of Egyptian magic. The phrase "mighty in words" probably means that, like the goddess Isis, he was "strong of tongue" and uttered the words of power which he knew with correct pronunciation, and halted not in his speech, and was perfect both in giving the command and in saying the word. The turning of a serpent into what is apparently an inanimate, wooden stick, and the turning of the stick back into a writhing snake, are feats which have been performed in the East from the most ancient period; and the power to control and direct the movements of such venomous reptiles was one of the things of which the Egyptian was most proud, and in which he was most skilful, already in the time when the pyramids were being built."

(BUDGE, Wallis. EGYPTIAN MAGIC;P. 5)

COR UM BA , TÁ



NO GROTÃO AO REDOR DO OGRO GROTESCO GRAVITAM GREMILINS GRÁVIDOS DE GRUPOS QUE GRUNHEM COM GRAVIDADE GRANDES GERÚNDIOS GOSMENTOS GRIFADOS PELO GABARITO GELADO E DESGASTADO DA GESTAPO.


Corroído


Umbilical


Babacal


Tá mal.





Bate macumba ê-ê, bate macumba- ô-bá...vem renovar este lugar.

(Fer e Lara)

ANATOMIA DO ESCÂNDALO


Estão os dois sentados ao redor da mesa, numa tarde maravilhosa de verão, degustando patas de gafanhoto empanadas, divinamente seguidas por um magistral suco de jacamanga gelado, quando um deles comenta com ar tranquilo: - que bela plumagem daquele filhote de colibri de meia idade!

- Tá chapado de gafanhoto??Pergunta o primeiro estupefato, tirando um fiapo de jaca do dente ( pô, tá duro de sair esse negócio daqui...)

- Como assim? Indaga o segundo vendo cair por terra, em vôo livre, sua observação romantizada de fim de tarde ( que pôr-de-sol inspirador).

- Colibri é coisa de vi...úva e lembra a cor pink. Plumas então, nem se fala: rinite alérgica, coceira rítmica e sifilítica, e filhote é aquilo que a gente pega pelo cangote, diminutivo de quase nada. Em suma, sua frase é estrambótica, irritante e melancólica.

-Você re-clama, re-chamando a chatice em nome da mesmice em compota. Seu pedaço de marmota. Marmelada ensebada, passada com faca enferrujada, sobre uma pia velha da tia de seu amigo Raméla.

- Nossa...tô pasmo...nunca esperei de ti tal repertório assaz repulsivo.


Levanta-se o desafeto revoltado da mesa, ainda com uma perna de gafanhoto fugindo pelo canto da bôca, em meio à baba rançosa do caldo de jaca escorrendo, dá um soco na parede com ar de Wolverine, sentindo-se senhor da situação e, completamente descontrolado, grita em alta clave:


-Odeio o sol que alimenta esse colibri!
(Fernanda e Lara)

Poema de Sechi


que não sei
serei o que não sou




que na vida
nada muda,

mudo eu...

SILÊNCIO!

(dos livros "eu, josé, vejo coizas com z" e "Quase Silêncio")

terça-feira, 11 de setembro de 2007

TAO


"Há uma coisa formada confusamente,
Nascida antes do céu e da Terra.
Silenciosa e oca
Permanece só e não se altera,
Gira e não se fatiga.
É capaz de ser a mãe do mundo.
Não sei o seu nome.
Então nomeei-a de `O Caminho`.
Dei-lhe o nome substituto de `O Grande`.
Sendo grande , é, além disso, descrito como descendente,
Descendendo, é descrito como distante,
Sendo distante, é descrito como voltando.

(Lao Tsé, Tao-Te-Ching- 600 AC)

Poeminha do Contra

Todos estes que aí estão
atravancando o meu caminho,
eles passarão...
Eu passarinho!

(Mario Quintana)

DUAS CIDADÃS "CERTINHAS" NA RAVE



Professoras, escritoras... Vem cá! É possível tal desatino?
Num mega evento de música Rave, o Goaa Festival, incrustado nos morros de Analândia, fritando até as estrelas, com seus tentáculos de laser a cutucar o céu, duas aventureiras na música eletrônica nacional e internacional, podiam ser vistas curtindo a novidade de maneira muito zen. Contraditório isso de rave e estado zen? Nem pensar! Foi exótico estar naquela “praça esotérica” de alta tecnologia a la decoração oriental, no meio de um simples pasto. O rústico contendo o moderno de uma forma muito curiosa. Ovídio teria descrito tal cena, como o templo do deus indiano Ganesh, soprado de flautas de metal, por um pastor enlouquecido. A soma da música à decoração repleta de Flores-de-lótus, ao colorido e ao brilho harmonizados com o ritmo dos Djs de diversas nacionalidades, acabou por gerar um estado estranhamente zen! Que mundo era aquele? Bom, ruim?... Não sabemos, mas vivemos sensações estranhas e tranqüilas num mundo novo para nós. Faces humanas robotizadas, sem cor e sem sorriso gostoso... Djs coloridos, animados e febris. Quanta contradição harmoniosa. O público estava meio estonteado, um tanto sem vida, sem brilho nos olhos... Ou será foram ofuscados pelo brilho do telão, dos lasers, da fantástica iluminação de neon e dos retro-projetores?... Dá o que pensar!
Cá entre nós, até comida vegetariana, temperada pelos braços de Krishina e suas Gopis, encontramos nesse local mega estranho!
O que mais se pode dizer dum local assim, tão paradoxal?!
Orgia temporal e temática? Rave místico ou misticismo eletrônico? Chacras quebrados, atormentados ou ativados? Estado cósmico ou alucinado? Dialogismo maluco, num contexto supra-verbal? O que diria
Mikhail Bakhtin sobre essa linguagem polifonicamente estrambótica? Segundo esse mestre da lingüística: “Duas vozes são o mínimo de vida.”
O Goaa Festival pode ser resumido num diálogo principal entre as vozes zen e natureba da filosofia oriental, e o espírito eletrônico de um ritmo tribal estridente e artificial. O humano e o eletrônico unidos, numa comunhão temporal.

Nem Jung explica!

(Lara J. Lazo: 9 de Setembro de 2007)

O pior é quando a jaca transpõe a jaquice

(Fer)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

LEIA, REFLITA, APRECIE E CHEGUE A CONCLUSÕES, SE PUDER!


Trecho interessante, polêmico e muito belo da poesia latina do grande escritor da antigüidade clássica romana, Públio Vergílio Maro. O poeta, louvando o reinado de Augusto, por acreditar em suas promessas de paz e pela valorização dos temas relacionados à natureza naquela época, eleva o Imperador à posição de deus, através de versos maravilhosos. Foi considerado, por cristãos medievais, como um mago ao adivinhar o nascimento de Cristo; e, pelo escritor Dante, foi considerado o profeta do cristianismo. Muitos estudiosos, acadêmicos ou não, afirmam que o nascimento do menino, narrado na poesia, é simplesmente uma alusão a uma criança da família de César. Cada um tire a conclusão que desejar e não deixe de atentar para a beleza dos versos, antes de postar comentários:

Sicelides Musae, paulo maioria canamus;
non omnis arbusta iuuant humilesque myricae:

si canimus siluas, siluae sint consule dignae.
Vltima Cumaei uenit iam carminis aetas;

magnus ab integro saeclorum nascitur ordo.
Iam redit e Virgo, redeunt Saturnia regna;

iam noua progenies caelo demittitur alto.

Tu modo nascenti puero, quo ferrea primum
desinet ac toto surget gens aurea mundo,
casta, faue, Lucina: tuus iam regnat Apollo.

TRADUÇÃO:

Ó Musas da Sicília, cantemos, um pouco, as coisas mais elevadas;
A todos, os arbustos e os simples tamarindos não agradam;

Se cantamos as florestas, que sejam as florestas dignas do cônsul.

Da profecia de Cumas, a última época já chegou;

Nasce a grande série do conjunto dos séculos.

E a Virgem já retorna, e retornam os reinos de Saturno.
Agora, é enviada uma nova geração do alto céu.

Casta Lucina, tu, assim, favorece o menino que nasceu;

Por causa dele, primeiramente, a idade de ferro desaparecerá,
e a geração de ouro surgirá no mundo todo: tu, Apolo, reinas agora!


(Tradução: Lara J.Lazo. As Bucólicas (Bucolica), escritas entre 71/70 – 19 a . C.)
(FOTO: Públio Vergílio Maro)

PROVOCAÇÃO LINGUÍSTICA

Acalmem-se!!! Não é pornografia!


" Escobar,

Tenho passado mal. Chamaste-me a atenção para vários descuidos dos meus SERTÕES; fui lê-lo com mais cuidado e fiquei apavorado! Já não tenho coragem de o abrir mais. Em cada página o meu olhar fisga um erro, um acento importuno, uma vírgula vagabunda, um (;) impertinente...Um horror! Quem sabe se isto não irá destruir todo o valor daquele pobre e estremecido livro? [...]Quer isto dizer que estou à mercê [...] da férula brutal dos terríveis gramatiqueiros que passam por aí os dias a remascar preposições e a disciplinar pronomes! Felizmente, disseram também que o Victor Hugo não sabia francês." (Euclides da Cunha)
*férula: palmatória antigamente usada nas escolas para castigar os alunos.

Pó de Estrelas * * * * *

De repente tudo dá errado. Cai um caminhão de transportar rinoceronte obeso na nossa cabeça e a gente vira pasta da piada do tomatinho. Sabe aquela, dois tomatinhos atravessando a trilho do trem, um grita pro outro: “Olha o trem”, pffsssstt...”Já vi”...pffssstt.
Pasta. Aí a gente pensa: E agora, o que é que eu faço?
Presta atenção “ cumpadre”, que na atual conjuntura, o desespero, a neura, o medo, a fissura, a esquizofrenia, a deprê, via de regra, estão sempre associados a algo que contamina quase que todo mundo: falta de grana.
E pra quê?
Bota distância neste foco...
No lago tem um barco, no barco tem um garoto, uma vara de pescar na mão, um cão, uma calma infinita. Zoom para o alto, o barco minúsculo, perdemos de vista, saímos do local geográfico, do país, do continente, das esferas, da esfera, sistema solar, via Láctea, septilhões de estrelas ...
Convenhamos: somos poeira de estrelas, nosso papel está indelevelmente carimbado enquanto átomos a serviço do encaixe cósmico, do entalhe canônico, da oscilação quântica.
Quer dizer: vamos ficar arrancando os cabelos porque o gerente do banco ligou pela enésima vez??? Os bancos têm um lucro indescritível em cima das nossas noites mal dormidas...O conselho é: o que não tem remédio, remediado está. Vamos cortar as asinhas do sistema financeiro... Aí quero ver dono de banco tendo orgasmos porque escaldou, fritou e triturou mais gente do que conseguia pra ter lucro imoral e desumano...Sabe o que devemos fazer? Rapelar as contas e botar tudo em potinho de maionese, margarina, caixinha de disquete (pra ser mais moderna) igualzinho faziam os pioneiros desbravadores destes filmes cult que a gente assiste de vez em quando...
Pó de estrelas, é isto que somos. E em nome desta visão cosmogônica, saudações aos que entendem que a vida é breve, o tempo é curto, o trabalho é muito e o planeta precisa de auxílio (que com certeza não virá deste sistema capitalista bestial). As filigranas dos nossos problemas cotidianos tem uma dimensão muito estreita diante do Todo. Portanto, pó de mico neles...

(Autor: Fernanda (Fer))

O Racha e a Impotência Sexual

Há homens e homens... Dentre eles, uns necessitam de rojões para suprir a falta de potência sexual; outros, do carro. O homem busca recursos para atrair o sexo oposto de diversas maneiras: pela aparência física, pela inteligência, pela personalidade, pela conversa - fiada ou não,- ou pelo charme. Há, porém, aqueles que, sabe-se lá o motivo, parece que nada conseguem através de uma ou mais destas qualidades. Estes, então, precisam afirmar a masculinidade de formas um tanto inúteis à sociedade e a eles próprios, como, por exemplo, através de brigas por nada, rojões e rachas. Pegando no rojão ou no volante, sentem-se no ponto máximo da ereção, provavelmente há muito tempo por eles não alcançada. Nada como uma derrapada, uma cantada de pneus, para dizer: - Olha, sou macho mesmo, hein! - Gente, e há mulheres de menos visão, que se iludem por esse tipo de exibicionismo!!! É assim no reino animal menos irracional: o pássaro mais espalhafatoso do grupo consegue a fêmea; as penas mais coloridas conquistam mais e daí para a frente... Somos animais também, mas temos a inteligência para regular as atitudes. Custa usar um pouco, pelo menos, dessa qualidade que nos diferencia de outros animais? Gente, a impotência sexual tem cura! Procurar um médico é muito mais eficiente do que se servir de metáforas barulhentas e perigosas para conotar aquilo que vocês não tem conseguido.
Num racha, o cara acredita que está sendo o máximo dos machos do pedaço. Ri com estardalhaço, grita adoidado, berra que nem bicho raivoso, pensa que é importante... Quando bate o carro, machuca ou mata alguém, coisa que acredita que jamais acontecerá com ele, chora como um bebê e deixa de lado toda a macheza e responsabilidade. Desculpem-me pelo equívoco; deixa de lado não, porque não se pode pôr de lado aquilo que não se tem e responsabilidade e macheza são coisas que nunca tiveram esses exibicionistas de racha. Será que eles realmente não têm coisa melhor para mostrar de si mesmo? É o que parece, né?!

(Autor: Lara (Academia de ballet Napyév). Este pensamento complementa o texto, O Rojão e a Impotência Masculina, da Fer)


"Sendo mulher eu escancaro os tabus mas não revelo os mistérios." (Rita Lee)