sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

UAI NO DNA



Eu nem sei direito o que eu quero dizer mas foi um dia incrível na pedra. Melhor, dentro do riozinho forrado de pedras nas pedras de São Tomé. É possível ficar em transe em meio ao trânsito. As vozes vinham e iam, ao longe um violão, uma mudinha de samambaia e sombras e sol. Havia harmonia. Num canto, no poço, a evangelização light da conversa civilizada, amena...a um palmo dali, diria alguém - a dois passos do paraíso -, rapeizes “queimando o rato” na fala dos mineiros de Claudio. Na mais santa mineira paz. Hipocrisia? Blindagem moral? Faz de conta que não to te vendo? Nada disso. Apenas o shangri-lá, aquilo que se espera, o respeito no peito, o acolhimento, o entendimento de que somos muitos, vivemos de mil maneiras, gostamos de inúmeras coisas, temos infinitas alternativas. A pinga que tu gosta pode se chamar segrêdo, azulão, jesus tá chamando...pode ter docê, bala, mato, vísque, o que é que muda? A pegada pode ser outra mas a vontade é a mesma: a gente tá comungando. Estamos no mesmo rio, a nascente é a mesma. Quem é que disse que tem de ser diferente?


Maria Fernanda

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