sábado, 3 de novembro de 2007

OS OGROS



No dicionário o significado está: “bicho-papão; ente fantástico”.
À primeira vista achei a explicação muito simplória, já que a idéia do bicho toma toda minha tela mental quando nele penso. Mas após estacionar um tiquinho no conceito, resolvi concordar com o Michaelis (... ninguém ainda me deu o Houaiss de presente, alô galera...).
Um ogro é realmente um ser fantástico e papa tudo que vê pela frente.
Se um ogro incomoda muita gente, muitos ogros incomodam muito mais. E existem ogros e ogras. Nem de longe se parecem com aquelas belezinhas do Shrek .
Estes sobre os quais falo infestam os arredores e têm as mais diversas formas: não são necessariamente gordos (embora também o sejam), nem necessariamente ateus. Uns tem mais cultura do que os outros, mas, invariavelmente, são seres unicelulares, portanto, com uma capacidade limitadíssima de elaborar qualquer coisa, seja um raciocínio de bom senso, seja uma atitude razoável, seja uma iniciativa louvável.
Segundo Elisabet Sahtouris em seu livro A Dança da Terra, “o mundo de criaturas unicelulares em uma gota de água é provavelmente semelhante ao que era há bilhões de anos, quando não havia criaturas maiores.” Deduzimos desta interessante fala da bióloga grega que seres unicelulares num minúsculo espaço são sempre os mesmos, reproduzem os mesmos comportamentos desde que o mundo é mundo.
Voltemos aos ogros: por analogia com os organismos unicelulares, ogros aglomerados numa pequena aldeia fictícia, por exemplo, conseguem mantê-la na idade paleolítica: descoberta do fogo e ferramentas de pedra lascada. É de lascar!
Para conseguir sobreviver, logicamente, um ogro ou ogra com esta estrutura mental precisa se juntar a outros. E é exatamente o que se observa nas povoações rústicas humanóides dos contos de fadas e demônios: hordas de 10 ou 12, no máximo 24 (!) papões papando nosso dinheiro, nosso espaço, nossos desejos de evoluir, nossa educação e nossa cultura. Seres fantásticos(no pior sentido do termo) que fazem a festa sozinhos e se lambuzam com os restos mortais dos inocentes úteis.
Todo mundo já viu um ogro soltando rojão e correndo atrás da vareta. Como já vimos os bichos encabeçando benevolências ao pobre povo (um sorvetinho aqui, um band aid ali), enquanto enchem os bolsos. Também já presenciamos ogros beatos que do alto, bem alto de suas podres convicções arrotam preces igualmente podres em direção aos incautos. E o que falar de ogrinhos arrogantes em cima de muros políticos ou balançando de acordo com o vendaval eleitoreiro, armando arapucas escondidas por detrás de favos de mel???
Será que merecemos?
Quem nunca prestou atenção nos ogros, de uma espiada em volta...Depois me escreva dizendo se não tenho razão. Aqui, do alto do meu castelo, observo sem ograr e sem perder a lucidez; só a cultura, o estudo e o conhecimento podem nos imunizar contra essa raça...mas tenho pena dos que são arrastados pela enxurrada.

Abaixo os ogros!!!!!!!!!

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