terça-feira, 9 de outubro de 2007

AZUIS DA COR DO MAR



Eles estão espalhados pelos quatro cantos do mundo. Vem chegando há mais de dez anos. Estas crianças têm-se tornado reais e assombram os mais experientes com suas ações, palavras e idéias. Você nunca se surpreendeu com a atitude de alguma criancinha? São constituídos de outra energia vital e sentidos como a esperança do presente e uma ponte fundamental para o futuro. São pequenos seres que povoam nossos lares e escolas, muito mais evoluídos que nós e é com eles que devemos aprender a quebrar nossos padrões cristalizados de comportamento; nossos desejos mesquinhos de poder, nossas máscaras deformadas coladas ao rosto, vestimentas com prazo de validade vencido.
Os “azuis” frequentemente acham caminhos melhores que os nossos para resolver as coisas.São vitais neste mundo tão conturbado, porque conseguem através da forte intuição enxergar além das três dimensões. Estão aí para nos ensinar e muitas vezes são vistos como indisciplinados, rebeldes e anti-sociais. Mas são os seres que representam a única esperança real de revitalização das forças do bem neste universo irreal. São os que movem energias a favor da superação do desastre planetário e humano anunciado e já em curso.
A todos nós adultos, pretensos formadores de opiniões, pais, professores, cabe a lucidez mínima e a humildade de perceber com quem estamos lidando. Cabe a reflexão sobre este novo aspecto da existência materializada. Assim, quem sabe, possamos deixar de cometer verdadeiras barbaridades contra miúdos e adolescentes, taxando-os de desobedientes, incapazes, inúteis, ineficazes, infelizes. Numa sala de aula, certa feita, podia-se ler num cartaz pregado na parede: “Você não nasceu para voar”... Estas falas anacrônicas e medievais, desconectadas do sonho e da compreensão, rasas e estéreis por natureza, podem servir apenas para destruir nas entranhas da terra fértil, as sementes de uma outra humanidade, mais equânime e evoluída, azul da cor do mar.


Maria Fernanda Laurito

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