
Trecho interessante, polêmico e muito belo da poesia latina do grande escritor da antigüidade clássica romana, Públio Vergílio Maro. O poeta, louvando o reinado de Augusto, por acreditar em suas promessas de paz e pela valorização dos temas relacionados à natureza naquela época, eleva o Imperador à posição de deus, através de versos maravilhosos. Foi considerado, por cristãos medievais, como um mago ao adivinhar o nascimento de Cristo; e, pelo escritor Dante, foi considerado o profeta do cristianismo. Muitos estudiosos, acadêmicos ou não, afirmam que o nascimento do menino, narrado na poesia, é simplesmente uma alusão a uma criança da família de César. Cada um tire a conclusão que desejar e não deixe de atentar para a beleza dos versos, antes de postar comentários:
Sicelides Musae, paulo maioria canamus;
non omnis arbusta iuuant humilesque myricae:
si canimus siluas, siluae sint consule dignae.
Vltima Cumaei uenit iam carminis aetas;
magnus ab integro saeclorum nascitur ordo.
Iam redit e Virgo, redeunt Saturnia regna;
iam noua progenies caelo demittitur alto.
Tu modo nascenti puero, quo ferrea primum
desinet ac toto surget gens aurea mundo,
casta, faue, Lucina: tuus iam regnat Apollo.
TRADUÇÃO:
Ó Musas da Sicília, cantemos, um pouco, as coisas mais elevadas;
A todos, os arbustos e os simples tamarindos não agradam;
Se cantamos as florestas, que sejam as florestas dignas do cônsul.
Da profecia de Cumas, a última época já chegou;
Nasce a grande série do conjunto dos séculos.
E a Virgem já retorna, e retornam os reinos de Saturno.
Agora, é enviada uma nova geração do alto céu.
Casta Lucina, tu, assim, favorece o menino que nasceu;
Por causa dele, primeiramente, a idade de ferro desaparecerá,
e a geração de ouro surgirá no mundo todo: tu, Apolo, reinas agora!
(Tradução: Lara J.Lazo. As Bucólicas (Bucolica), escritas entre 71/70 – 19 a . C.)
(FOTO: Públio Vergílio Maro)
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